Hino da Proclamação da República

Seja um pálio de luz desdobrado

Sob a larga amplidão destes céus

Este canto rebel que o passado

Vem remir dos mais torpes labéus


Seja um hino de glória que fale

De esperança de um novo porvir

Com visões de triunfos embale

Quem por ele lutando surgir


Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós

Das lutas, na tempestade

Dá que ouçamos tua voz


Nós nem cremos que escravos outrora

Tenha havido em tão nobre país

Hoje o rubro lampejo da aurora

Acha irmãos, não tiranos hostis


Somos todos iguais ao futuro

Saberemos unidos levar

Nosso augusto estandarte que puro

Brilha avante da pátria no altar


Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós

Das lutas, na tempestade

Dá que ouçamos tua voz


Se é mister que de peitos valentes

Haja sangue no nosso pendão

Sangue vivo do heróI Tiradentes

Batizou este audaz pavilhão


Mensageiros de paz, paz queremos

É de amor nossa força e poder

Mas da guerra nos transes supremos

Heis de ver-nos lutar e vencer


Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós

Das lutas, na tempestade

Dá que ouçamos tua voz


Do ipiranga, é preciso que o brado

Seja um grito soberbo de fé

O Brasil já surgiu libertado

Sobre as púrpuras régias de pé


Eia pois, brasileiros, avante!

Verdes-louros, colhamos, louçãos

Seja o nosso país triunfante

Livre terra de livres irmãos


Liberdade! Liberdade!

Abre as asas sobre nós

Das lutas, na tempestade

Dá que ouçamos tua voz